Jumentos no Brasil poderão estar extintos já em 2030. A pele é levada para o mercado asiático, extraída principalmente da Bahia. 248 mil já foram abatidos
Quinta 26/06/25 - 21h17Entre 1999 e 2024, o Brasil registrou uma queda de 94% na população de jumentos, passando de 1,37 milhão para cerca de 78 mil animais, segundo levantamento da organização The Donkey Sanctuary com dados da FAO, IBGE e Agrostat.
O declínio se acentuou a partir de 2018, quando o país passou a autorizar o abate comercial desses animais, principalmente na Bahia.
Estima-se que mais de 248 mil jumentos tenham sido abatidos desde então.
A pele dos jumentos é usada para produzir ejiao, uma substância valorizada pelo mercado asiático.
O crescimento dessa demanda tem pressionado o rebanho nacional, tradicionalmente ligado a atividades rurais e à cultura do semiárido.
O risco de extinção é considerado real por especialistas, que apontam que, se a tendência atual continuar, os jumentos podem desaparecer do território brasileiro até 2030.
Para debater soluções, a Universidade Federal de Alagoas sediou, entre 26 e 28 de junho, o 3º Workshop Internacional “Jumentos do Brasil: Futuro Sustentável”, com foco em alternativas ao abate e conservação da espécie.
A pauta também chegou ao Legislativo. Dois projetos de lei — um federal e outro estadual — propõem a proibição do abate desses animais.
A preservação é considerada essencial tanto para a biodiversidade quanto para a sustentabilidade de comunidades rurais que ainda dependem dos jumentos como meio de transporte e trabalho.