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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 18 de maio de 2024
 

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Mensagem: Tradição tripeira Vi, em uma transmissão televisionada de futebol de um jogo na cidade do Porto, em Portugal, escrito em letras garrafais: TRADIÇÃO TRIPEIRA DESDE 1893. Referia-se ao Futebol Clube do Porto, fundado em 1893. Mas, por que tradição tripeira? Tripeira vem, naturalmente, de tripa. Fiquei curioso. Não conheço, mas sei que a cidade do Porto é uma das mais lindas cidades de Portugal. O seu vinho é conhecido mundialmente. Mas, não é com o vinho que me preocupei. Preocupei-me em saber a origem dessa “tradição tripeira”. Sou curioso e essa minha curiosidade leva-me sempre à inquiribilidade, à procura do conhecimento. Essa necessidade de inquiribilidade foi-me transmitida pelo meu pai. A tradição é uma cultura histórica legada pelos antepassados, mas fiquei intrigado com o tripeira. Fui à pesquisa. A tradição tripeira nasceu em Portugal, mas principalmente na cidade do Porto, no tempo das Grandes Navegações, no período dos descobrimentos marítimos. A História registra que durante os séculos XV e XVI portugueses e espanhóis lançaram-se nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico com objetivos de descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações. Os portugueses foram pioneiros. Portugal está entre o Oceano Atlântico e o restante da Europa, impulsionado para o mar. Os portugueses lançaram-se ao mar, inicialmente em atividades pesqueiras, que evoluíram no correr dos tempos. Criaram a Escola de Sagres. Desenvolveram as caravelas, uma embarcação de fácil manobra, inicialmente movida a remo e velas. Os navios eram tripulados por pessoas, e pessoas precisam ser alimentadas. Para o abastecimento das frotas de navegação em alto mar, eram abatidos animais dos quais eram retiradas as víceras. A população de terra recolhia as víceras para alimentação. Com esse procedimento desenvolveu-se a culinária tripeira na cidade do Porto, de onde partiam os navios portugueses. Como exemplo temos da nossa “Dobradinha” e lá a “Tripa à moda do Porto´. Conta-se que essa tradição, quase uma lenda, teve início nos idos de 1415, quando Portugal preparou-se para a conquista de Ceuta. Os habitantes do Porto teriam oferecido aos expedicionários toda a carne disponível, ficando apenas com as tripas. Com o correr dos anos, os habitantes da cidade do Porto passaram a ser conhecidos, no restante do país, como os tripeiros. Os torcedores do Futebol Clube do Porto, fundado em 1893, orgulham-se de serem tripeiros, como nós, nascidos às margens do rio São Francisco nos orgulhamos de ser barranqueiros e os nascidos em Francisco Sá, de serem brejeiros. Eu disse que a inquiribilidade foi-me transmitida pelo meu pai. Ele sempre dizia-me: “Nunca tenha dúvidas sobre qualquer coisa. Busque sempre uma explicação”. Ele referia-se principalmente às crendices. Dizia-me que não existem assombrações. Era o medo que as provocava. Assim, se me aparecesse alguma, eu deveria ir em frente e verificar o que realmente era. Certa feita vinha eu e um camarada viajando à noite a cavalo, por uma das estradas do Sertão, quando a besta em que estava montado estacou, soprando. Os acicates não a faziam andar. Não víamos nada, mas a besta sempre buscava recuar. O camarada ficou apavorado. O que será? Perguntou ele, e completou: Deve ser alma do outro mundo. Ainda não totalmente despreendido das crendices, meus cabelos se arrepiaram, mas apanhei a lanterna e clareei a estrada. Uma cascavel estava enrolada no meio da estrada. Eu disse: Ali está a alma do outro mundo.

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