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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 9 de maio de 2024
 

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Mensagem: As ruas e bloquetes José Prates De uns tempos para cá, graças à industrialização que chegou trazida por incentivos fiscais e o interesse dos últimos administradores que vieram com outra visão e, naturalmente, movidos por outros interesses, Montes Claros ganhou foros de metrópole com o tratamento recebido e, hoje, com uma população muito acima da média da região, continua liderando comércio e indústria do norte de Minas. Não é de hoje que a cidade cresce e se desenvolve com a chegada cada vez maior de gente que procura trabalho, principalmente do adjacente sudoeste baiano que na migração buscava São Paulo, mas, de uns tempos pra cá, busca, também, Montes Claros. Até 1950, a cidade crescia ou se esticava para um lado e para o outro, sem, contudo um tratamento adequado à sua grandeza, ao seu desenvolvimento. As ruas, mesmo no centro, como a antiga Rua Quinze passarela do desfile das moiçolas com seus trajes domingueiros; a Praça do Mercado ou a Praça da Matriz não havia pavimentação e era barro puro. A Rua Dr Veloso tinha, eu me lembro bem, um calçamento com pedras irregulares que não permitia nenhuma velocidade nos carros que por ela passavam. A Praça do Grupo Gonçalves Chaves, hoje, Dr. João Alves, tinha no centro um cruzeiro e toda ela de terra que levantava poeira quando a meninada brincava de pega. Quando chovia, então, a lama tomava conta de tudo e sair à rua era difícil. Isto sem falara na água que não era tratada e a iluminação deficiente, impedindo a instalação de qualquer indústria, pequena que fosse. Foi em 1951, janeiro, a posse do Capitão Eneas Mineiro de Souza na Prefeitura Municipal, substituindo o Dr. Alfeu Gonçalves de Quadros eleito em 1946, primeira eleição depois do regime ditatorial varguista que foi de 1937 a 1945. Logo após a posse, o novo Prefeito disse do seu interesse em pavimentar as ruas da cidade, dando-lhes um novo aspecto. O problema, porem, estava na questão da forma de calçamento que fosse suportado pelo orçamento da Preeitura que não era grande coisa naquela ocasião. Foi, então que uma pessoa da roda política, que não me lembro quem, estava chegando do Rio de Janeiro e por lá viu o pavimentação do cais do porto que não foi feito com pedras, nem asfalto, mas, com uma espécie de “tijolo” de cimento. Essa informação interessou aos presentes na reunião e, ali mesmo, resolveram que uma comissão viria ao Rio para verificar a possibilidade de adotar esse pavimentação em Montes Claros. Essa comissão foi organizada sob a chefia do dr. João F. Pimenta. Quando vieram ao Rio, dias depois de orgazada a comissão, eu os acompanhei como reporter. Enquanto os membros da comissão ficaram num hotel quatro ou cinco estrelas, na Avenida Rio Branco, pertinho do cais, eu fiquei num hotel modesto na Rua do Riachuelo, perto dos arcos da Lapa, um pouco distante do cais. A visita ao cais foi demorada, mas, a primeira impressão do calçamento foi boa, inclusive pelo movimento de veículos pesados que chegavam e saiam carregados com mercadorias. O passo seguinte foi conhecer a empresa que se incumbiu do trabalho para obter informações quanto a possibilidade de atender às necessidades montesclarenses no que diz respeito ao calçamento das ruas. Localizada a empresa por informações obtidas na administração do porto, a comissão foi lá e verificou que havia a possibilidade de levar para Montes Claros esse calçamento. A própria Prefeitura instalaria, com supervisão dessa empresa, uma fabrica de blocretes e, também, com supervisão da empresa, proceder-se-ia ao calçamento das praças e ruas, primeiro as centrais. Para calcular o custo da obra, engenheiros da empresa vieram a Montes Claros efizeram acurado estudo pelo qual chegou-se à conclusão da possibilidade econômica de arcar com a obra sob a resposanbilidade da Prefeitura, incluisive a fabrica de bod blquetes e seu emprego, sem necessidade de licitação, uma vez que todos os procedimento seriam da própria Prefeitura. A primeira rua a receber o calçamento foi a dr. Santos. Ficou ótimo, elogiado por todo mundo. Devagar, foi sendo calçada rua por rua e não demorou a cidade ficar de roupa nova. Hoje, não sei como está. Imagino todas as ruas asfaltadas como qualquer cidade do porte de Montes Claros que deixou de esticar-se para um lado e para o outro para crescer verticalmente da mesma maneira que cresce qualquer metrópole. Isto nos orgulha. Bloquetes é coisa do passado e é do passado que falamos. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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