Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 20 de maio de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: Tempo de tropelia Manoel Hygino dos Santos Os velhos jagunços não teriam mais hora e vez. As patas de seus cavalos foram substituídas pelas rodas das motos e dos carros, que oferecem mais velocidade que os quadrúpedes das quadrilhas que inquietaram o Brasil no século passado. Lampião é fichinha diante dos novos criminosos, motorizados, armados e municiados, com know-how de dar inveja. As máquinas de duas rodas prejudicam não apenas os motoristas de um modo geral, serpenteando perigosamente entre os automóveis, caminhões e pedestres, nas ruas das cidades. Mais do que isso, são o veículo ideal para assaltos a estabelecimentos bancários, comerciais, principalmente aos postos de combustíveis. Os proprietários destes e as autoridades recomendam: não reajam, para não perder a vida. Um modo simples de resolver a questão sempre agravada. Umas das causas principais, ou a fundamental, a droga, cujo comércio e produção supera à de muitas outras atividades, principalmente, as lícitas. Em minha cidade natal, segundo o jornalista Ernesto Braga, 70% dos assaltos à mão armada são praticados com a duas rodas movida a gasolina. São mais de 50 mil desses veículos e mais de 50 mortos, já atingindo 60, este ano. A epidemia, gravíssima, abrange todo o território nacional, os agentes da lei se empenham com vigor, mas o mal já se estendera demais. Com leniência, não se resolve. Em Maracás e Planaltino, cidades baianas, há toque de recolher, decretado pelo juiz de direito. Depois de certa hora, como em outros municípios brasileiros, menores não podem mais circular pelas vias públicas, a não ser acompanhados. Objetivo: impedir envolvimento em atos infracionais, como consumo de entorpecentes e a prostituição. Na maior cidade do norte de Minas, monta-se uma força-tarefa contra as drogas. Mas as quadrilhas estão bem preparadas para a guerra, dispondo de espingardas, fuzis, metralhadoras, coletes à prova de balas. E toucas ninja, luvas e rádio comunicadores, para captar as frequências policiais. O Norte de Minas já pertenceu a capitanias de Pernambuco e Bahia. E, no ambiente descrito por Euclides da Cunha e outros bons autores regionalistas, mantém-se o clima de inquietação e violência, agora se utilizando recursos modernos para ações criminosas. Em 30 de maio, 15 homens armados, à moda de Lampião e seus jagunços, invadiram a cidade de Ibiassucê, na Bahia, levando pânico. O grupo de cerca de 15 homens promoveu uma onda de assaltos ao comércio e postos bancários, para depois fugir em seus carros, agredindo pessoas e atirando para o alto, como se estivessem na época da conquista do oeste do Estados Unidos ou recuassem ao tempo da jagunçada. Vê-se daí que o nosso desenvolvimento não é tão completo como se pensa e se propala. No caso em questão, os bandidos levaram como reféns os dois soldados que trabalhavam e nada puderam fazer para impedí-los. Dias antes, dois bandidos usaram dinamite para explodir uma agência bancária em Sátiro Dias, também Bahia, e usaram reféns como escudo humano para atacar, a tiros, a delegacia de polícia. Este é o Brasil do século 21, vivido em meio ao foguetório de políticos alienados da realidade nacional.

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima