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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 16 de maio de 2024
 

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Mensagem: Fogueira de São Pedro no Pentáurea Alberto Sena Dentre os clubes de Montes Claros, Pentáurea ocupa lugar privilegiado, principalmente devido a sua localização em área campestre de microclima temperado. Não sei se atualmente é a mesma coisa, mas no tempo em que roíamos pequis contemplando, claro, os nossos montes, Pentáurea era o lugar da região onde mais chovia. Quem afirmava isto, com convicção, era o amigo Cícero Bastos, o Cícero ‘Stru’, cujo pai tinha uma propriedade próxima ao clube. Para dizer a verdade, gosto de todos os clubes de Montes Claros, a partir do Automóvel Clube e o Max-Min de lembranças tantas, e Lagoa da Barra, que pouco frequentei. Só não posso dizer como estão esses clubes atualmente porque estou fora de Montes Claros faz tempo e não os tenho frequentado. Mas quanto ao Pentáurea dirigido por Teago José Tomaz de Aquino, filho da nossa estimada professora, dona Rosita, e nosso companheiro das peladas na Praça de Esportes e no ‘time de Bonga’, o juvenil do Casemiro de Abreu, as festas eram memoráveis. A fogueira de São Pedro, então, era o máximo! Ardia a noite inteirinha. Com cerca de dez metros de altura, o espetáculo proporcionado pela fogueira era no mínimo maravilhoso. Cada tição desprendido arrancava exclamações várias e as mais diferentes. Uns queriam comemorar mais do que os outros, de acordo com o nível do teor alcoólico de cada um. Chispas voavam por todos os lados e a prudência sugeria manter distância razoável da fogueira para não ser atingido pelas brasas que ao longo da longa noite iam se desprendendo. Desde crianças ouvíamos contar sobre as festas de São Pedro, no Pentáurea. A estrada de acesso ao clube ainda era de cascalho. Os carros se perdiam em meio à poeira e os acidentes eram frequentes. Salvo engano, pessoas proeminentes da sociedade montesclarense morreram ali naquela estrada no tempo das fogueiras por causa da poeira intensa. Além da poeira havia também uma bruma seca que costumava aparecer em determinada hora da madrugada. Parecia um fantasma vestido de lençol branco vindo para ficar e tornar o ambiente ainda mais frio. A memória traz à tona uma vez, na década de 1960, noite de fogueira de São Pedro, no Pentáurea. Cícero Cruz, ou Cícero ‘Cuecão’, como nós o chamávamos, irmão do empresário Eliezer Cruz, vivia no meio de nós. Sei que ele, muito depois, foi morar em Pires e Albuquerque, a famosa Alto Belo, de Téo Azevedo, na fazendo do pai, e por lá morreu, precocemente. Mas nós ali estávamos estatelados em volta da fogueira, guardando boa distância do braseiro e concomitantemente se aquecendo também por dentro, jogando goela abaixo quentão e outros líquidos que passarinho nenhum beberia. Bebíamos e ainda assim o frio penetrava a medula óssea. Não havia alternativa. Era ficar ali ou sair de perto da fogueira e virar picolé. Num certo momento ao olharmos para o lado, ‘Cuecão’ dormia sono profundo temperado por roncos intermitentes. Parecia ter sido picado por uma mosca tsé-tsé. O sono de Cícero contagiou o restante da turma porque duma hora para outra, em volta da fogueira, o ronco tornou-se atividade onírica coletiva. Ao rememorar essa experiência de vida noturna no Pentáurea, na fogueira de São Pedro, com dança de quadrilha e tudo mais, não encontramos elementos possíveis nem lógicos para explicar o inexplicável sono que se abateu na turma até o dia seguinte. Parecia que alguém havia colocado um sonífero nas bebidas, semelhante ao famoso golpe ainda hoje aplicado, ‘boa noite cinderela’, com a diferença: os nossos bolsos continuaram como estavam, ‘Durango kid’. E infelizmente não havia no meio de nós nenhuma representante do sexo feminino. Moral da quase imoral história: nenhum de nós fez o que pretendíamos fazer em relação aos encontros marcados com a moçada da época, com quem trocávamos afagos e coisas do gênero, devido à total falta de condições físicas em decorrência do alto teor etílico nas veias. Todos desmaiaram nos braços de ‘Morféia’.

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