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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 19 de maio de 2024
 

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Mensagem: Duas glórias de Montes Claros<br><br><br> Abri, por acaso, o livro Cartas de Inglaterra, de Rui Barbosa, e reli o primeiro capitulo: Duas glorias da humanidade. Escreve a ele que “ninguém poderá desvanecer-se de ter percorrido intelectualmente a Inglaterra, se não ousou uma excursão pelas regiões sui generis da obra de Carlyle, que parece confinar, por outro lado, com Shakespeare, por outro lado com a Alemanha de Goethe, Schiller e João Paulo Richter”.<br> Estive na Inglaterra participando, em 1995, do 38º Seminário de Estudos Jurídicos para Advogados Brasileiros, celebrando no “King’s College”, da Universidade de Londres.<br> Nossa submissão primeira à cultura que nos vinha da França, até princípios do ultimo século e, depois da Inglaterra, por imposição econômica, nos leva a, esquecendo do que é nosso, permanecemos atrelados ao que nos vem de fora. Essa submissão foi necessária aos escritores do passado, especialmente aos do século XIX.<br> Da leitura das obras de João Valle Mauricio e da biografia de João Chaves, escrita pela acadêmica Amelina Chaves, verifica-se que o solo árido de nosso sertão está marcado pela presença fértil de expoentes culturais da mais alta valia.<br> João Valle Mauricio, da Academia Mineira de Letras, autor de Grotões, Janela de Sobrado, Beco da Vaca e Taipoca, além de outros escritos, inscreve-se como uma das glorias imortais da terra dos montes claros. Em suas obras misturam-se valores outros da mesma terra e da mesma região, como Haroldo Lívio, Antonio Augusto Souto, Konstantin Cristoff, Milena Mauricio e outros.<br> Na biografia de João Chaves associam-se as figuras marcantes de Amelina Chaves e Manoel Hygino dos Santos.<br> Parodiando Rui Barbosa posso afirmar que ninguém poderá desvanecer-se de ter percorrido intelectualmente o Norte de Minas, se não ousou uma incursão pelas obras de João Valle Mauricio e pela vida de João Chaves.<br> Na leitura de “Taipoca”, vivemos o sertão em sua inteireza viva, embora com motivos urbanos, que se interligam e se projetam no sertão. Em “Beco da Vaca”, uma coletânea de crônicas publicadas pela imprensa regional, ele não foge da marca registrada de suas obras. O livro não é uma ruela do sertão, é uma avenida de cultura. Em suas memórias, retratada em “Janela do Sobrado”, revivemos Montes Claros. Como toda verdadeira obra literária, seus livros são atemporais.<br> Amelina Chaves, depois de nos brindar com “O Eclético Darcy Ribeiro”, mostra-nos em “João Chaves uma eterna lembrança”, com Prefácio de Manoel Hygino dos Santos, o mito João Chaves, um dos maiores fenômenos da cultura montes-clarense de todos os tempos.<br> “João Chaves ainda canta e encanta na voz do vento, nas pedras no chão, no coração de todo seresteiro”.<br> Guimarães Rosa com acerto afirmou que há pessoas que não morrem: ficam encantadas. João Valle Mauricio e João Chaves estão encantados no silêncio de suas sepulturas. Como Fênix eles renascem de suas próprias cinzas cada vez que lemos suas obras, em cada instante em que deles nos lembramos.<br> Muitos passam e não ficam. Eles não passaram.

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