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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 6 de maio de 2024
 

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Mensagem: Tradição e Cultura Não tivessem as tradições vinculadas à cultura de qualquer povo, primitivo ou civilizado, sido preservadas não teriam chegado aos nossos tempos os valores da Grécia clássica e, na Europa, os edifícios e as obras de arte medievais teriam desaparecido. Aqui pelo Norte das Gerais pouco se cuida da preservação do nosso passado histórico. Nem mesmo em Montes Claros, cidade universitária, os valores culturais edificados têm sido resguardados, como deviam ser. Se assim fosse, para que estudar História? O passado deveria morrer. Ser esquecido. Nem mesmo de nossos pais, filhos ou avós, que se foram, deveríamos nos lembrar. É passado. No entanto, nem os bárbaros esqueciam os seus mortos. Eles - os bárbaros - não deixavam sair da memória das gerações as suas tradições. O que somos está vinculado ao que éramos. Faz parte do processo evolutivo da humanidade. Até hoje não me conformo, por exemplo, com a demolição do Mercado Central da Praça Dr. Carlos. A Administração Municipal poderia ter retirado dele os comerciantes, como Cristo expulsou os vendilhões do Tempo, transformando o local em um Centro Cultural ou em um Museu do Tropeiro. Em Jerusalém os vendilhões foram expulsos, mas as ruínas do Templo ainda se fazem presentes no contexto urbano da cidade. Falando em tradição, há pouco mais de três anos percorri parte da Estrada Real, na região do Parque Nacional da Serra do Cipó. Em Ipoema, distrito de Itabira, que se localiza no curso da mesma Estrada, presenciei as comemorações do 5º Aniversário da instalação do Museu do Tropeiro. Ali, no Centro de Minas Gerais, as tradições são resguardadas e o povo se orgulha delas. Vive-se o passado com os pés no presente. O progresso não apagou da memória as andanças a cavalo, a vida rural em sua inteireza plena. As ruas e a própria estrada (ainda de terra) com incontáveis cavaleiros, orgulhosos de serem ruralistas. Na lembrança revivi os meus próprios tempos de vaqueiro, quando na mocidade auxiliava, nas férias escolares, os trabalhos de campo na fazenda de meu pai, em São Francisco. Por que, em Montes Claros, ainda não se lembraram de fixar o passado de nossos vaqueiros, dos tropeiros? Verdade que as vaquejadas retêm em nossa memória parte desse passado. Mas não é tudo que se espera, para essa preservação. Na realidade presente, os caminhões substituíram os vaqueiros no árduo e edificante trabalho de conduzir boiadas. O berrante do vaqueiro foi substituído pela buzina do caminhão. Quem leu Euclides da Cunha viu o vaqueiro nordestino em sua essência física. Como era eletrizante o topar de um boi na aguilhada de um vaqueiro! Nunca me animei a tanto. Como era dramático o estouro de uma boiada! Presenciei a um, e pretendo descrevê-lo um dia. A modernidade não deve e não pode apagar as tradições do passado. O Departamento de História da UNIMONTES tem sobre os seus ombros a grande responsabilidade da manutenção da lembrança e da preservação de nossas tradições culturais, que devem ser tratadas com especial carinho. Preservar a cultura é um dever de cidadania.

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