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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 29 de março de 2024
 

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Mensagem: CHUVA NO SERTÃO A tão esperada chuva finalmente chegou. O cheiro de terra sobe e os sentidos se ampliam e se aguçam. O calor escaldante que nos atormentava é aliviado. As esperanças se renovam e o coração do sertanejo pula de alegria. As plantas parecem cantar ao sabor do vento, agradecidas pela vida que explode, numa linda dança que enche nossos olhos. É preciso morar no sertão e amá-lo para se compreender o que a chuva significa para nós. Chuva é vida, vida que se renova, vida que transborda. Ela nos traz a tão desejada fonte indispensável para que a vida possa existir. Ela é a esperança de alimento farto. Tão pouco temos cuidado da mãe-natureza, ou melhor, nós a temos agredido tanto, usufruído dela como se todos os recursos que nos oferece fossem eternos e, como resultado, eles vão fenecendo e nós também... Como soam maravilhosos aos nossos ouvidos os trovões! Os mesmos trovões que nos assustavam na infância. Claro que não queremos temporais destrutivos, mas almejamos chuva abundante, chuva que caia forte e por bastante tempo, tempo suficiente para que os rios, regatos, lençóis freáticos, nascentes e barragens todos se encham e renasçam. A chuva não alimenta somente os nossos corpos, mas também as nossas almas. É como uma música que extasia nossos espíritos e aviva a poesia que mora em nós. Chuva bendita! Minh’alma em epifania! A terra ressequida, sedenta, com suas feridas abertas e expostas, clamava por ela. Que sabem disso aqueles que moram nos grandes centros? Para eles a chuva é um estorvo. Algo que atrapalha o trânsito, os passeios, o dia-a-dia. Para nós é esperança de vida! Sempre os passarinhos vêm cantar em meu jardim e em meu quintal de manhãzinha e à tarde. Depois da chuva, passaram a festejar por todo o dia numa bela e diversificada cantoria. Provavelmente em busca do novo alimento que as plantas lhes oferecem e buscando seus amores a fim de renovar e perpetuar suas vidas. Já percebo alguns ninhos em minhas árvores. No ar o perfume mais aguçado das flores. Promessa de mais e mais flores e frutos. As mangas e as pitangas já caem abundantes no chão molhado. E eu piso com gosto no barro para colhê-las com prazer e alegria! Novo ciclo se inicia. A generosidade da mãe-natureza responde prontamente. Todo o sertão está em festa! E meu coração também. Aleluia, aleluia! Será que é um delírio meu ou ouço foguetes, atabaques e bandolins? É verdade que o sol voltou, mas isso não nos tira a esperança, ou melhor, a certeza de que o tempo de chuva chegou ao sertão. Maria Luiza Silveira Teles (presidente da AML)

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