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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 25 de abril de 2024
 

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Mensagem: Lembrar é preciso Abri, por acaso, o livro “Cartas de Inglaterra”, de Ruy Barbosa, e reli o primeiro capítulo: Duas glórias da humanidade. Escreve ele que “ninguém poderá desvanecer-se de ter percorrido intelectualmente a Inglaterra, se não ousou uma excursão pelas regiões sui generis da obra de Carlyle, que parece confinar, por outro lado, com Shakespeare, por outro lado com a Alemanha de Goethe, Schiller e João Paulo Richter”. Nossa submissão primeira à cultura que nos vinha da França, até princípios do último século e, depois da Inglaterra, por imposição econômica, nos leva a, esquecendo do que é nosso, permanecermos atrelados ao que nos vem de fora. Essa submissão foi necessária aos escritores do passado, especialmente aos do século XIX. Obrigatoriamente, não existe mais. Parodiando Ruy Barbosa posso afirmar que ninguém poderá ufanar-se de ter explorado intelectualmente o Norte de Minas, se não ousou uma incursão pelas obras de João Valle Maurício e pela vida de João Chaves. Da leitura das obras do imortal João Valle Maurício e da biografia de João Chaves, escrita por Amelina Chaves, verifica-se que o solo árido de nosso Sertão está marcado pela presença fértil de expoentes culturais da mais alta valia. João Valle Maurício, da Academia Mineira de Letras, autor de “Grotões”, “Janela de Sobrado”, “Beco da Vaca” e “Taipoca”, além de outros escritos, inscreve-se como uma das glórias imortais da terra dos montes claros. Em suas obras misturam-se valores, da mesma terra e da mesma região, como Haroldo Lívio, Antônio Augusto Souto, Konstantin Cristoff, Milena Maurício e outros. Na biografia de João Chaves associam-se as figuras marcantes de Amelina Chaves e Manoel Hygino dos Santos. Na leitura de “Taipoca”, apreciamos o Sertão em sua inteireza viva, embora com motivos urbanos, que se interligam e se projetam no contexto do Sertão. Em “Beco da Vaca”, uma coletânea de crônicas publicadas pela imprensa, ele não foge da marca registrada de suas obras. O livro não é uma ruela do Sertão, é uma avenida de cultura. Em suas memórias, retratadas em “Janela do Sobrado”, revivemos Montes Claros. Como toda verdadeira obra literária, seus livros são atemporais. Amelina Chaves, depois de nos brindar com “O Eclético Darcy Ribeiro”, mostra-nos em “João Chaves uma eterna lembrança”, com Prefácio de Manoel Hygino dos Santos, o mito João Chaves, um dos maiores fenômenos da cultura montes-clarense de todos os tempos. “João Chaves ainda canta e encanta na voz do vento, nas pedras no chão, no coração de todo seresteiro”. A literatura está presente na poesia de João Chaves. Guimarães Rosa com acerto afirmou que há pessoas que não morrem: ficam encantadas. João Valle Maurício e João Chaves estão encantados no silêncio de suas sepulturas. Como Fênix eles renascem de suas próprias cinzas em cada instante em que deles nos lembramos. A poesia de João Chaves está patente na sua arte de combinar os sons, mas a poesia sempre tem sido apresentada através de livros, revistas, jornais ou pela declamação do autor ou de terceiros em reuniões sócio-culturais. A informática, como a ciência que visa ao tratamento da informação através do uso de equipamentos, está revolucionando o mundo literário.

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