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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 19 de abril de 2024
 

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Mensagem: Livro e Internet Eça de Queirós em “Prefácio dos «Azulejos» do Conde de Arnoso” sentencia: ´A arte é tudo - tudo o resto é nada. Só um livro é capaz de fazer a eternidade de um povo. Leónidas ou Péricles não bastariam para que a velha Grécia ainda vivesse, nova e radiosa, nos nossos espíritos: foi-lhe preciso ter Aristófanes e Ésquilo. Tudo é efêmero e oco nas sociedades - sobretudo o que nelas mais nos deslumbra. Podes-me tu dizer quem foram, no tempo de Shakespeare, os grandes banqueiros e as formosas mulheres? Onde estão os sacos de ouro deles e o rolar do seu luxo? Onde estão os olhos claros delas? Onde estão as rosas de York que floriram então? Mas Shakespeare está realmente tão vivo como quando, no estreito tablado do Globe, ele dependurava a lanterna que devia ser a Lua, triste e amorosamente invocada, alumiando o jardim dos Capuletos. Está vivo de uma vida melhor, porque o seu espírito fulge com um sereno e contínuo esplendor, sem que o perturbem mais as humilhantes misérias da carne!´. Preocupa-me, nos tempos atuais, o desprezo pelo livro, com a busca pela via da internet, dos conhecimentos necessários à formação profissional dos jovens universitários. Por outro lado, a sociedade está materializada com valorização dos bens materiais em detrimentos dos culturais. Verdade que, como ensinou Santo Agostinho, “para se exercer as virtudes do espírito é necessário um mínimo de condições materiais”, mas a cultura é também um caminhou para a obtenção de bens materiais. Não é segredo, porque está incorporado à sabedoria popular, que só teremos uma vida completa quando plantamos uma árvore, escrevemos um livro e temos um filho. Alguns não plantaram uma árvore, mas derrubaram muitas. Ter um filho é o caminho natural da procriação, vinculado à essência da própria vida. Plantar árvore e ter filho não é uma exclusividade do homem. Os passarinhos plantam árvores e têm filhos. Eles disseminam as sementes. Todos os seres vivos têm filhos. As árvores produzem as sementes, que serão futuros vegetais de sua descendência. Mas, escrever um livro é próprio do ser humano; um sonho por muitos acalentado. Quem já escreveu sabe que o importante é começar, experimentar pela primeira vez. Escrever o que sente e só depois burilar o texto escrito. Esta última fase é que caracteriza o escritor, que dá forma e define o estilo. O importante é principiar. Escrever o que sente e cortar depois o desnecessário. Aqui a lição do filósofo francês Voltaire: “escrever é a arte de cortar palavras”. Quem escreve para ser lido é diferente das demais pessoas. Não é um ser comum. Pode não possuir tesouros materiais, nada impede que os tenha, mas desfruta de uma deslumbrante existência. Ele vê os lírios do campo e a alma do ser humano; observa as luzes do dia e a escuridão da noite; sente o silêncio de um sorriso e a profundidade de um olhar; examina seus pensamentos e seus sentimentos. Ele vê, observa, sente e examina todas as coisas realmente fundamentais. Ele pensa e cria.

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