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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 7 de maio de 2024
 

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Mensagem: O papagaio de Cajazeiras Manoel Hygino Negar que há algo de errado por aqui é pretender tapar o sol com peneira, ocultar o que todos sentem e veem, em nível interno e externo – para tristeza e vergonha. O Brasil, como nação, vive uma crise notória, e que se procura classificar como econômica ou política, esta mais grave porque influi naquela. Pior é que se ampliou tanto o problema que sequer se sabe mais sua real natureza. Em âmbito estritamente político, tenta-se explicar, argumentando que a corrupção sempre existiu, embora não se evidenciem novas e eficazes formas e métodos adotados para combatê-la com sucesso. Acompanhar o noticiário cotidiano, e o que resta ao cidadão. Encontrar saída, eis a questão. Como? Quando? Com quem? A verdade indiscutível é que, a esta altura do drama ou da tragédia, não são envolvidos apenas políticos ou a classe política, os gestores da economia, os membros dos três poderes, porque toda a sociedade está sendo julgada. Mesmo o Judiciário, com alguns de seus representantes se expondo ostensivamente, inclusive pela discussão, divulgada pela mídia, de temas doridos da vida brasileira. Não deveria ser assim: não somos apenas um país, mas uma nação. Os casos não são simples. Mesmo os corriqueiros vão aos tribunais, como o de uma senhora de Cajazeiras, no sertão paraibano, que – há 17 anos – acionou a Justiça para ficar com seu papagaio de estimação. O Superior Tribunal de Justiça manteve a decisão do TRF da 5ª Região, assegurando à idosa, de 77 anos, o direito de posse da ave. O Tribunal, em segunda instância, considerou que o papagaio está acostumado ao ambiente doméstico e não há indícios de maus-tratos. Logo... Do papagaio ao bípede implume, que somos todos nós, há uma longa distância, mas não tanto. Não nos podemos acomodar. Se a prisão do psitacídeo demorou tanto, há de admitir-se muitos anos para encerrar a desastrada novela dos erros e vícios mais recentes, já que os mais antigos não cabe levar a julgamento. Precisamos de punir os culpados e responsáveis, levá-los às sanções pertinentes, garantidos evidentemente, os direitos de cada um e de todos. O jurista e professor Sacha Calmon resumiu a missão em três palavras: “Refundar a República”. Não basta conformar-se com a ideia de que todo governo sangra, como declarou o ministro Moreira Franco. Não se trata apenas de um governo, mas de toda a nação, seu passado e seu futuro, comprometida com o presente. No dificílimo jogo de xadrez desta hora, as peças estão na mesa. Cabe à geração atual a dificílima tarefa de movê-las e levar a pátria ao melhor destino. Punir seja quem for, em que ambiente estiver, em que cargo encontrar-se; não somente os que se dedicam às atividades oficiais, mas também a possíveis delinquentes que operam nas empresas. A Lava Jato é simplesmente um capítulo de uma história longe de terminar, mas imprescindível à restauração da dignidade nacional. “Numa crise que joga o país às cordas e ameaça não só a ordem econômica, pois dilacera vidas e expõe cenas recorrentes de selvageria social; mais importante que denunciar a política que apodreceu é corrigir o que a fez apodrecer”, como escreveu há dias, Antônio Machado.

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