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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 18 de maio de 2024
 

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Mensagem: MINGUTA Minguta era o porteiro da Cooperativa. Tomava conta do portão de entrada dos carros de leite que vinham matinalmente das fazendas. Prosa boa, respeitoso, uniformizado, bota brilhando, chapelão na cabeça. Pra todo mundo soltava um sorriso e um “Bom Dia, Patrão”, com sua voz grave. De manhãzinha, os caminhões e as caminhonetes entravam, iam direto à rampa onde os galões de leite eram descarregados. O pessoal dirigia-se ao portão para saber das novas e para comer o delicioso pastel que Minguta trazia de casa pra vender. Rapidinho o pastel acabava. Não dava para quem queria. Luizão Maia era um que, por fazer rota pegando leite de outras fazendas, só chegava atrasado. Neca de pastel. Todo dia a mesma história: - Cê guardou meu pastel, Minguta? - Como que guardo, Seu Luiz, o povo num deixa. Aí, o Luiz implorou: - Minguta, vê se traz mais, homem! Faz mais um pouco. Eu venho jejuado, aguando por um pastel, chego aqui e nada. - Ô, Seu Luiz, pode deixar, amanhã eu prometo trazer o suficiente que vai dar procê. Dito e feito. Ao voltar do serviço, avisou a patroa pra fazer mais pasteis, bem mais. Ela, ao ver o tamanho da empreitada, resmungou baixo, pois teria que fazer mais massa, voltar ao açougue à procura de mais carne, da mesma qualidade que ela sempre encomendava, socar mais tempero, moer a carne, abrir a massa, fechar os pastéis, acordar ainda mais cedo para fritar os malditos, pois às 5 horas em ponto Minguta pegava no trampo. Resultado, com tantos resmungos e pragas, a mulher não dormiu, nem deixou o marido dormir direito. Minguta amanheceu grogue, encruado com a rezinga da patroa. Seguiu sonolento para os afazeres, carregando aquela cesta pesada, entupida de pastel, para matar o desejo e o apetite do menino Maia. Lá pelas tantas, sol já quente, uns dos últimos a chegar foi o Luiz e já foi logo cobrando: - E o meu pastel, Minguta, trouxe? _ Ó Seu Luiz, trazer até que eu trouxe, e foi muito, mas num tem pastel que dá pra este povo não. Parece que eles estavam amarrados, mortos de fome. Posso trazer cem, duzentos pastéis, que eles comem tudo, tudim. Teve até briga. Não sobrou um. Sabe duma coisa, Seu Luiz, eu vou voltar a trazer só os meus vinte, e pronto!

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