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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 16 de maio de 2024
 

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Mensagem: Com o “bicho caminhão” foi assim Waldyr Senna Batista Não há demérito na afirmativa de que o traçado irregular das ruas de Montes Claros relaciona-se com o tipo de transporte de tração animal predominante no passado remoto. Não havia outro modelo. Trata-se de constatação de fato histórico. O historiador Hermes de Paula deixou registrado que a chegada à cidade do primeiro veículo movido a combustível provocou alvoroço no entorno da igreja da Matriz, à época o grande centro de convergência da cidade. Apelidado de “bicho caminhão”, é de se imaginar a dificuldade encontrada para a locomoção do veículo de tamanho desproporcional. Foi assim, certamente, na maioria das cidades brasileiras. A diferença é que, em muitas outras, a expansão se deu de forma controlada, com preservação do centro histórico. Em Montes Claros, são poucos os prédios remanescentes, pois não se cuidou de manter a característica original, de forma que, até hoje, há demolições que não deveriam ocorrer, se prevalecesse preocupação maior em manter a parte histórica. No entanto, no que se refere à largura das ruas, os administradores que se sucederam se omitiram. As ruas foram se estendendo seguindo o padrão vigente, o que hoje gera problemas de trânsito, numa época em que vistosos carrões de luxo circulam pelas ruas em meio a carretas pesadas e outros obstáculos. Já são 170 mil veículos, de todos os portes, e 65 mil motos, sem se falar de milhares de carroças e outro tanto de infernais bicicletas. A grande expansão urbana de Montes Claros começou nos anos 1940, quando surgiram os primeiros loteamentos, que poderiam ter sido direcionados para a correção das ruas tortuosas. Mas, por falta de visão da maioria dos administradores, não houve esse cuidado. Começou com a Vila Guilhermina, que estrangulou quase uma dezena de ruas. E outros bairros vieram, como o São José, a Vila Ipê, o Todos os Santos, todos próximos ao centro. O São Luiz e o Ibituruna também integram a lista. Houve tentativas, frustradas, visando a correção do grande defeito da área urbana. No início da segunda metade do século passado, o prefeito Simeão Ribeiro Pires fez aprovar na Câmara lei que instituía o alargamento de ruas. Mas a proposta não foi bem entendida, tendo provocado reações contrárias no próprio partido do prefeito, onde se temia perdas eleitorais decidiu-se então pela revogação da medida. Duas décadas depois, o prefeito Antônio Lafetá Rebello propôs a implantação de grandes avenidas usando as áreas das ruas Dr. Santos e Presidente Vargas, que se cruzariam na Praça Dr. Carlos. A proposta foi considerada demasiadamente radical, tendo provocado reações exacerbadas. O líder da resistência, curiosamente, era o ex-prefeito Simeão Ribeiro Pires. No final do século passado, sem alarde, foi aprovada a lei de uso e ocupação do solo, em vigor, que preconiza o alargamento de ruas, nos mesmos moldes da primeira e que deverá produzir efeitos mais visíveis ao longo das próximas décadas. A iniciativa foi do então vereador José Corrêa Machado, que virou nome de avenida construída pelo prefeito Jairo Ataíde. Mas nem por isso a cidade deixou de praticar aberrações que comprometem seu futuro. Uma delas é a construção de 700 casas populares no extremo leste da cidade, ampliando a demanda por serviços urbanos e inviabilizando a expansão naquela direção, gerando algo parecido com o desastre acontecido no Rio de Janeiro, na Cidade de Deus. E a implantação de grande loteamento, no trevo da estrada para Juramento, com lotes de meros 180m2, prevendo ruas estreitas, como sempre. Nesse sentido, há um rol extenso, a esta altura sem solução. Como a desnecessária ampliação do perímetro urbano, na administração anterior, por mera coincidência atendendo interesses de magnata financiador de campanha eleitoral. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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