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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 17 de maio de 2024
 

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Mensagem: A ameaça do lixo Roberto Elísio (Jornal Hoje em Dia) Até que surgisse essa estranha história envolvendo a queima de lixo hospitalar, Santa Luzia e Montes Claros só apareciam no mesmo noticiário quando se alinhavam as suas afinidades, como o gosto pela poesia, o culto às velhas serenatas e a vocação irresistível para o exercício do jornalismo, traço forte na personalidade dos filhos das duas cidades. Apesar da razoável distância entre ambas - Santa Luzia na Região Metropolitana de Belo Horizonte e Montes Claros na área norte do Estado - sempre foram consideradas irmãs gêmeas na manifestação dos valores permanentes do espírito. Os luzienses têm o hábito de cantar, dominados pelo mais puro sentimento, o ´Amo-te muito´, carro-chefe das composições imortais do montes-clarense João Chaves, aquela beleza de valsa a falar ´amo-te muito, como as flores amam/ O frio orvalho que o infinito chora. / Amo-te tanto/ como o sabiá da praia/ ama a sanguínea e deslumbrante aurora´. O também poeta e empresário Luiz de Paula, que embora nascido em Várzea da Palma tornou-se um cidadão de Montes Claros pelo direito de conquista, lançou recentemente o seu livro de memórias, no qual alinha uma série de desejos que alimenta antes que a crueldade do tempo o cale para sempre. Um deles é fazer uma serenata à luz da lua de Santa Luzia, que os jornalista Manoel Hygino e Paulo Narciso já conheceram em tempos mais pacatos. Os saudosos irmãos Mário e Darcy Ribeiro costumavam visitar Santa Luzia com frequência, porque na tradicional cidade metropolitana se sentiam em casa, justamente pela afinidade da qual já aqui se falou. Guardo ainda hoje, com o maior carinho, um long-play gravado há mais de 30 anos pelo conjunto de seresta João Chaves, que Mário Ribeiro teve a gentileza de enviar-me à época. Do velho vinil consta a valas ´Saudade´, uma das mais belas que já ouvi em toda a vida, sobretudo pelo lirismo na formulação dos versos: ´Saudade, mal-estar que se bendiz/ E o coração maltrato/ com doçura´. Agora, no entanto, esse história de queima de lixo hospitalar ameaça colocar em posições antagônicas Montes Claros e Santa Luzia, que tanto têm a oferecer, uma à outra, sem esse mal cheiroso. Estranho o fato de que, sendo luziense (e com muito orgulho), só tenha citado neste espaço figuras históricas de Montes Claros. A razão é simples: infelizmente, estou impedido, graficamente, de relacionar os imortais de Santa Luzia. Não caberiam em apenas numa página de jornal.

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