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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 2 de maio de 2024
 

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Mensagem: Do jornal ao livro Manoel Hygino A jornalista Márcia Vieira, embaixatriz do Norte de Minas para o restante do Estado, me envia exemplar de ´Sapo na Muda´, livro do jornalista Luís Carlos Novaes, que tem como subtítulo ´Meus amigos, meus mortos, meus caminhos tortos´. Já ouvira a expressão ´passarinho na muda´, que se refere a um período de transição do animalzinho voador e o período de candidatos a cargos públicos, esperando definições. ´Sapo na Muda´ me causou estranheza, que o também jornalista Felipe Gabrich explica. É o nome da coluna mantida semanalmente no ´Jornal da Notícias´, de que é editor, em Montes Claros, o agora escritor. Diz mais: ´E o que é `Sapo na Muda` senão as modificações que a vida vai nos proporcionando em todos os setores? Ao longo da vida, vivemos os modismos, enfrentamos, derrubamos e implantamos governos; vencemos as barreiras dos mitos existenciais; apaixonamo-nos; beijamos; namoramos e casamos. Temos filhos e vamos tocando o presente e pensando no futuro, que já é agora´. O livro contém tudo isso, sendo personagem principal Luis Carlos Novaes, o autor, também conhecido como Perereca, ou para simplificar Peré, alguém que sabe escrever, o que já é relevante num país em que não poucos ocupam espaços nos jornais e as páginas de livros, sendo rigorosamente apedeutas. O autor de ´Sapo na Muda´, o livro, descreve despretensiosamente a cidade como era num período muito duro para os brasileiros de um modo geral, porque período da ditadura militar, que serviu para que não poucos hoje gozem de indenizações vultosas concedidas pelo governo. Quem tomar à mão o livro irá inicialmente julgar que se trata de contos, revelações, confissões e invenções sobre um povo que mora num lugar já distante da capital, sofrido pelas secas, mas também pela incúria ou omissão das administrações públicas. Em verdade, é tudo isso e muito mais, relatado num volume agradável, que não passaria pela censura de outros tempos, dos governantes, ou de nossos próprios pais. Porque geralmente a censura começava em casa. Mesmo para quem não conhece os personagens, os casos são interessantes e levam a pensar como agiríamos diante dos fatos e das circunstâncias expostas. Um grupo de revolucionários sem armas e munições, a não ser as da rebeldia, dos não chegados à maturidade, ´aprontava´, aventurava nas noites e nos dias, em todos os campos: na música, na imprensa, nas atividades esportivas - ou não, viviam e sonhavam, porque aquela era exatamente a época para os sonhos. Mas era uma turma muito ligada nos acontecimentos, não apenas os locais. As notícias chegavam, músicas era exportadas do sertão, enquanto outras entravam de mansinho ou ruidosamente nos lares e nos bares, nos salões e nos clubes. ´Eh! Mundo nuvem, céu sem porteira. 1972 foi um ano interessante. Enquanto nos Estados Unidos os Democratas exigiam rigor em Watergate, aquela investigação sobre a tentativa de colocar microfones clandestinos na sede da legenda, no edifício Watergate, coisa tão comum hoje no Brasil, os Jogos Olímpicos de Munique tinham a atenção do mundo. Com 18 mortos, numa ação dos terroristas do Setembro Negro, que lutava pela libertação da Palestina. E nós, aqui, aprendendo a lutar contra terroristas com fuzis de 1914. Eh! Mundo éter, almas criadoras´. Aqueles jovens pensavam que a sua terra era livre e o seu quarto infinito. Tinham ideais de amor e liberdade, embora em plena ditadura. ´Éramos bem mais criativos do que vejo nos meninos e meninas de agora, e nas discussões dizíamos verdades. Mas aprendi, ali, que as verdades não são para serem ditas. Basta olhar os olhos. Vivíamos verdades, ideias e ideais, olhávamos para o futuro como se ele fosse acontecer dentro de dez anos. Na verdade, o futuro aconteceu rápido. Instantes depois...Tão estranho crescer, adolescer... Escrevemos tranquilo sob a copa das árvores, ´nós estávamos semeando, companheiros, no coração, manhãs e frutos e sonhos. Nós preparávamos, companheiros, sem ilusão, um novo tempo´.

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