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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 17 de maio de 2024
 

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Mensagem: O ANEL DO TURCO

Montes Claros, 1967, rua Presidente Vargas, centro comercial, Sinucão do Augustão, prédio da antiga loja Ramos e Cia.
Desde as 10 da matina no ambiente pululavam jogadores de baralho, de sinuca, de vida, sapos, palpiteiros, apostadores, coletores de aposta, ponteiros do jogo do bicho, informantes de polícia, agiotas, comerciantes, notívagos e outros componentes do baixo universo interiorano.
Turquinho, conhecido e falado bookmaker, apostava até em corrida de mosquito! Cobra mais do que criada nesse mundo de meu Deus, mestre de agá e contra-agá.
Certa tarde, dois ciganos passam pela rua Simeão Ribeiro no Quarteirão do Povo. Eram oriundos do acampamento que ficava instalado na rua Ray Kristoff e eventualmente promoviam festas típicas. Vendiam tachos de cobre.
Da janela do salão de sinuca o atacadista Jabur notou os ciganos e desafiou o Turquinho a provar a sua esperteza, enganando os gitanos.Era um desafio considerável e Turquinho topou na hora. Foram casadas as apostas na mão de Geraldo Monte Azul, o gerente da casa.
Turquinho abordou a dupla e contou uma história de mãe doente em São Paulo. Mostrou um grosso anel de ouro e propôs a venda por preço reduzido. Os ciganos cresceram o olho em cima e compraram o anel, já antecipadamente trocado por um similar falso, pelo esperto, enquanto conversavam.
Turquinho sempre trazia vários anéis na algibeira da calça, e os usava para enganar os otários!
Dia seguinte, da janela do salão a galera observava os dois ciganos enganados a procurar um turco do bigode, como diziam. Vieram para lavar a honra maculada por aquele malandro tupiniquim!
Jabur apostou cinco contra um desafiando o Turquinho a tapear pela segunda vez os mesmos ciganos, já anteriormente enganados.
Choveram apostas de todos os lados! Turquinho topou todas. Ato contínuo instruiu ao Maçarico, uma cobra criada da casa e o enviou a conversar com os ciganos, aplicando o agá.
Maçarico, experto que nem coelho, disse às vítimas que o cidadão chamado Turquinho passaria por ali dentro de instantes, era só aguardar. Em complemento, informou que o mesmo carregava no porta cédulas um anel de brilhante surrupiado da mãe e que o equivalente hoje a 10 mil reais.
Ao verem passar o enganador, os ciganos o apertaram contra a parede, lhe tomaram o falso anel de brilhante e, para não deixar o Turquinho na pior, deram a ele 2 mil reais de lambuja, mandando-o gramar o beco. Estava dado o segundo golpe, nas mesmas vítimas!
No dia seguinte, toda a família do acampamento cigano surgiu na rua Simeão Ribeiro caçando o Turquinho para lavar a honra da tribo ofendida! Da janela do Sinucão, a galera deitava e rolava de rir da situação vexatória, e aplaudiam o Turquinho, que embolsou farta quantia em dinheiro vivo.
Emmanuel Pinto que a tudo assistiu, confidenciou: esse turco não é cria desse mundo!

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