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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 28 de abril de 2024
 

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Mensagem: DUAS DE PARAQUEDAS E DUAS DE BAIANEZ.
Maroto, notório chofer de praça com seu Odsmobile preto, trabalhou na cidade de 1940 a 1990. Era também piloto de aeronaves, notívago e Don Juan tupiniquim. Tinha um Teco-Teco amarelo com o qual cruzava os céus de Figueira.
Certa feita foi às Alterosas e trouxe o famoso pára-quedista Ricardo, um galã para fazer o primeiro salto sobre Montes Claros. O fato foi anunciado pelos quatro costados da urbe. No domingo marcado para o “show”, a população lotou o aeroporto local.
A bruxa, entretanto, estava solta e quando houve o lançamento do pára-quedista um forte vento com redemoinho o arrastou para uma mata próxima. Uma pequena multidão de afoitos e campesinos locais correu para prestar socorro ao “homem show” e como não conheciam o local, nove deles caíram dentro de uma cisterna abandonada. O pára-quedista se salvou, mas nenhum curioso escapou com vida!
Já em 1957, época da comemoração do Centenário da cidade, um avião Hércules da Força Aérea, com pára-quedistas, sob o comando do Tenente Álvaro, veio abrilhantar as nossas comemorações. A população delirava com a perspectiva do “show” e feitos os lançamentos novamente o vento do Romãozinho levou os pára-quedistas para longe.
Foram cair na chácara de Joaquim Costa, onde hoje fica o Bairro Santo Inácio. Enroscaram-se no bananal existente no local e foram encontrados todos besuntados de banana amassada...
Leônidas Lino, notório halterofilista com academia montada ao lado do campo do Ateneu, cheio de valentia e bazófia, por ter proteção de políticos para os quais prestava serviço de quebra-faca, costumava bagunçar nos lupanares após se encharcar de gole.
Certa tarde chegou ao Bar Maravilhoso, “point” central dos cabarés de outrora em pleno centro da urbe. Lá bebia e abafava um estranho recém chegado, vestindo terno de linho branco, sapato furadinho no bico, lenço de seda no bolso do paletó, abotoaduras e prendedor de gravatas de ouro. Estava com a mesa cheia das melhores e mais apetitosas mariposas da noite.
Leônidas chegou e logo enciumou em cima do galã baiano, recendendo a perfume “Nuit de Noel”. Beirou o homem, mexeu, desacatou, chamou para a briga. O dândi baiano se vendo pressionado pediu um cabide. Pendurou a camisa de seda, paletó e gravata. Tirou os adereços de ouro, o sapato de pelica e foi para fora para encarar a briga.
Aplicou dois rabos de arraia no nosso Leônidas e o botou de cara no chão. Ficaram só as bolotas dos olhos brilhando, o resto se encharcou de pó. Ao se levantar, recebeu mais duas chaves de pernas no pescoço e capotou em definitivo no solo tupiniquim!
O segundo coro aconteceu no Parque de Diversões instalado nos lotes vagos de Pedro Paulino, na rua General Carneiro, no bairro Morrinhos. Corria farta jogatina nas barracas ali instaladas e as cobras criadas da casa depenavam a população que se divertia arriscando um troco!
Chega um caboclo moreno, mal vestido, de sandálias de tiras, jeito de roceiro. Na verdade, era um baianinho, cobra criada no Recife e Fortaleza onde quebrava qualquer banca de apostas. Conhecia todas as treitas e roubos em jogos de azar! Como começou a ganhar sem parar, os donos da espelunca chamaram os policiais a paisano, que davam segurança à noite.
Detido sob falsa acusação, o baianinho, uma cobra criada, sabia o que o esperava e deu uma de sofredor abrindo o barreiro e pedindo à população para socorrê-lo. Flechou de gente em cima, atendendo aos gritos de desespero do pequeno homem que vendo seus braços soltos baixou a capoeira e deu a maior sova na dupla!
Ai choveu amarra-cachorros, puxa-sacos, cupinchas, mas não deu nem para começar. O homem era uma autêntica cobra da vida. Deu muita pernada, distribuiu porrada a valer e, logo após, saiu correndo como uma ventania sem que ninguém o alcançasse.

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