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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 20 de abril de 2024
 

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Mensagem: A influência dos ausentes

Waldyr Senna Batista

Em campanhas eleitorais há ausências que significam muito mais do que certas presenças.
Exemplo de presença inútil: o deputado Michel Temer, presidente nacional do PMDB, gravou para a tevê mensagem de apoio ao candidato a prefeito do seu partido. Para a quase totalidade dos eleitores que assistiram ao programa, trata-se de ilustre desconhecido.
Exemplo de ausência que influi: o deputado Humberto Souto ( PPS) tem participado de campanhas em diversos pontos da região, mas esnoba o candidato do seu partido em Montes Claros, o prefeito Athos Avelino, que, por sinal, foi quem patrocinou seu ingresso na legenda. Por isso mesmo sua ausência tornou-se estranha e tem ensejado especulações, uma delas a de que o deputado teria alimentado a esperança de ser ele o candidato a prefeito; e, outra, a de que estaria insatisfeito por não ter tido espaço na administração.
Outra ausência notada, também no palanque do prefeito, é a do grupo do PTB, que formalmente integra a coligação, mas, na prática, não se empenhou na campanha. No decorrer da administração, foi o partido que mais cresceu na prefeitura, tendo até escalado nome para a eventualidade de substituir o PT na indicação do candidato a vice-prefeito. Renovada a aliança do PPS com o dividido PT, confirmando o nome de Sued Botelho, os petebistas retraíram-se.
Mas a ausência mais percebida está na coligação pela qual concorre o candidato Rui Muniz. Lançado pelo Democratas ( DEM ) e apoiado pelo PSDB, efetivamente ele não conta com nenhum dos dois, por inteiro, na campanha. As exceções são o deputado Jairo Ataíde ( DEM ), que surgiu no programa televisivo recomendando a candidatura que ele próprio viabilizou, e a deputada tucana Ana Maria Resende, com mensagem pouco incisiva, além de uma ou outra figura de importância secundária no grupo.
Sendo certo que haverá segundo turno, com os mesmos personagens de quatro anos atrás, essa falta de empenho de figuras do alto clero dos partidos poderá gerar danos para os coligados. No mínimo, dificultará a composição de forças para o que é tido como nova eleição. O ambiente aparentemente amistoso que havia entre os candidatos do PMDB e do DEM, no início da campanha, deixou de existir a partir do momento em que o candidato pemedebista foi acusado de estar por trás de publicações feitas por jornal de Belo Horizonte contra o do DEM. Até ali parecia haver entendimento entre os dois para combate ao adversário comum, o prefeito. O clima passou então a ser o de todos contra todos, haja vista o quadro “farinha do mesmo saco” mostrado no programa de Rui Muniz e que pode ser considerado como a melhor peça de toda a temporada.
No entanto, é preciso ter em mente que em política nada é definitivo, especialmente quando se prevê segundo turno. Quaisquer que sejam os dois finalistas, a conquista do apoio daquele que ficar de fora é importante, ainda que informalmente.
Pelos antecedentes, presume-se que, se pudesse escolher, Luiz Tadeu Leite preferiria Rui Muniz como adversário, pois Athos Avelino, no pleito passado, o derrotou quatro vezes ( no primeiro e segundo turnos e duas vezes no judiciário, em instâncias diferentes). Novo confronto, e com o atual prefeito dispondo da máquina administrativa, pode dificultar as coisas. E Rui Muniz, que, se ficar de fora, poderá escolher a quem apoiar, tem pelo menos um motivo importante para optar por Athos Avelino: este, se reeleito, não poderá disputar a eleição de 2012, ao contrário do candidato pemedebista, que provavelmente estará raciocinando em termos de oito anos de mandato. Derrotá-lo agora pode melhorar o caminho para uma possível nova candidatura de Rui.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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