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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 19 de maio de 2024
 

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Mensagem: MEU ADEUS A CÉLIO DE CASTRO Meu querido Célio de Castro deixou-nos no domingo, pela manhã. Até para morrer escolheu um dia que é sua cara: o Dia Internacional da Amizade, que chamamos de ´Dia do Amigo´. No meu livro Bala 60, lançado em 2005, há uma crônica dedicada a ele, que ora transcrevo: Célio de Castro e Márcio Santiago são muito amigos. Trato-os por Doutor “Sério” e “Santa”. Não usarei mais aspas. Sério, um dos monstros sagrados da medicina, – que exercia mesmo durante seus mandatos –, cuidava da saúde do Santa. Só que nunca tinha oportunidade de examiná-lo. Os dois ficavam no consultório a bater papo sobre mil assuntos e o tempo ia passando, passando... até entrarem no horário do próximo paciente. Aí o Sério olhava o relógio e dizia: — Santa, volte na próxima semana que eu vou te examinar. Santa retornava e... novo e prolongado papo, com preponderância de assuntos da política. Nessas circunstâncias os outros pacientes tinham mais é que esperar – será que é por isso que cliente de médico é chamado de paciente? Estouravam o horário. Mas, e a consulta? Necas. Ficava para o próximo encontro. Um dia Santa passou mal e foi levado, por Afonso Cruz, ao Hospital onde Doutor Sério trabalhava. Esperou alguns minutos, na maca do ambulatório, a chegada do amigo, que estava atendendo alguém e demorou uma meia hora para aparecer. Quanto a porta se abriu ele apareceu, com aquela tranqüilidade de sempre, perguntando a Santa o que havia sentido. Veio a resposta: — Agora o tudo bem! Não estou sentindo mais nada. Só de te ver já passou. E ali mesmo, antes de Santa sair andando, numa boa, ainda bateram um papinho rápido sobre algum assunto que ficara pendente da consulta anterior e que precisavam fechar, antes de se despedirem. E mais uma vez consulta ficou para outra oportunidade... Também gosto muito do Célio de Castro. É um dos caras mais bondosos e sérios que conheço. Até pra sorrir. Um dos meus sonhos sempre foi levá-lo a um botequinho, tomar todas com ele, só pra vê-lo um pouco fora do sério. Na véspera de sua última eleição parei num sinal, na Álvares Cabral com Bias Fortes. Ao lado de meu carro estacionou um veículo preto, chapa branca. O vidro traseiro se abriu. Era Célio. Sorriu pra mim. Fingi que não o reconhecera. Cumprimentou-me: — Boa tarde, Bala. Perguntei, de estalo: — Em quem o Sr. vai votar amanhã pra Prefeito de Belo Horizonte? Eu vou votar num tal de Doutor Sério de Castro, o Sr. o conhece? É bom candidato? O sinal abriu e arranquei rápido, sem lhe dar a mínima oportunidade de resposta. Mas ainda o ouvi, balançando a cabeça para os lados e sorrindo, falando mansamente para alguém: — Esse Bala Doce não toma jeito mesmo...

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