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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 23 de abril de 2024

Sargento fugiu para Salvador, na Bahia, de moto, após disparar 14 tiros e acertar os 4 que mataram o tenente, na porta da casa dele. Polícia Civil acredita em crime premeditado

Quarta 10/05/23 - 13h09

O sargento do Corpo de Bombeiros Anderson Pinheiro Neves foi ouvido informalmente pela Polícia Civil e confirmou ter matado o tenente Rafael Alves Veloso, motivado por desavenças anteriores.

O crime ocorreu na última sexta-feira (5) em Montes Claros, quando o tenente saía para o trabalho.

O sargento Pinheiro se apresentou acompanhado de advogados na noite de terça-feira (9) e entregou a arma usada no homicídio.

O sargento alegou que houve divergência entre eles, supostamente ligada a questões funcionais, mas - disseram os Bombeiros - nenhum deles formalizou ou solicitou procedimento na instituição.

Segundo o delegado Bruno Rezende, o autor premeditou o crime e articulou a ida até a residência para cometer o homicídio.

Foram efetuados 14 tiros e quatro acertaram o tenente, que morreu no local.

O sargento fugiu para Salvador, na Bahia, em uma motocicleta e retornou a Montes Claros de ônibus, permanecendo em uma casa providenciada pela defesa até a apresentação à polícia.

As investigações continuam para elucidar a motivação do crime.


O judiciário autorizou a quebra do sigilo telefônico do sargento.

O Corpo de Bombeiros instaurou procedimento administrativo para apurar o caso, que pode resultar em punição e até em demissão.

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Divulgação da Polícia Civil:

Montes Claros: suspeito de matar tenente do Corpo de Bombeiros é preso

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu, nessa terça-feira (9/5), mandado de prisão temporária contra um sargento do Corpo de Bombeiro Militar (CBMMG), de 38 anos, investigado por atirar em um tenente da corporação, na última sexta-feira (5/5), em Montes Claros, na região Norte do estado. Na ocasião, a vítima, de 42 anos, foi atingida com quatro disparos e morreu na porta de casa, no bairro Ibituruna. A arma usada foi entregue durante a apresentação espontânea do bombeiro militar.
Segundo as informações colhidas no local pela equipe da PCMG, o tenente foi surpreendido quando deixava a residência para se deslocar ao trabalho, por volta das 7 horas. Os levantamentos preliminares realizados pela perícia técnica no endereço dos fatos indicaram que o suspeito teria efetuado 14 tiros, usando uma pistola 380, e que quatro acertaram a vítima.

No mesmo dia, a investigação conduzida pela Polícia Civil buscava identificar o suspeito do crime e passou a apurar o envolvimento do sargento do Corpo de Bombeiros. Conforme relato das testemunhas, o investigado apresentava o mesmo porte físico da pessoa que efetuou os disparos e, naquele dia, não havia se apresentado ao trabalho.

O delegado Bruno Rezende da Silveira, que coordena a investigação, relatou que, de acordo com as imagens coletadas pelas câmeras de segurança, o sargento usava roupas semelhantes às do suspeito no momento do crime. Ele, ainda, conduzia uma motocicleta parecida com a que foi usada pelo investigado para se deslocar até a casa da vítima. “Todos os indícios colhidos preliminarmente colocavam o sargento como suspeito de ter cometido o homicídio. Ele fugiu e não foi mais visto na cidade”, explicou o delegado.

Desdobramentos

No inquérito policial, o delegado representou pela expedição do mandado de prisão contra o investigado, e a ordem foi deferida pela Justiça no último sábado (6/5). Desde então, a Polícia Civil realizou buscas para tentar efetuar a prisão do alvo, que se apresentou ontem.

A apresentação espontânea foi ajustada entre os advogados do suspeito e representantes do 7º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar. Após as tratativas, ele foi encontrado no bairro Jaraguá e conduzido até a sede da 11ª Região Integrada de Segurança Pública, onde teve o mandado de prisão formalizado. O militar também entregou a arma utilizada no homicídio, que foi enviada para a perícia.

Segundo o delegado, informalmente, o investigado confessou aos policiais civis que após ter um atrito com a vítima foi até a casa dela para conversar, contudo perdeu o controle e atirou no tenente. Ele disse ainda que, posteriormente ao crime, foi para a cidade de Salvador, no estado da Bahia, conduzindo sua motocicleta, e retornou de ônibus para Montes Claros. “ O investigado optou por não prestar declarações formais sobre o crime, mas para a nossa linha investigativa, até o momento, acreditamos que ele premeditou o homicídio”, esclarece.

O coronel do CBMMG, Júlio César Toffoli, participou da coletiva e afirmou a inexistência de atrito entre os envolvidos, pois não há na corporação registro de desavenças entre eles.

O delegado esclareceu que o inquérito policial será concluído em 30 dias, e o suspeito encontra-se à disposição da Justiça.

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Estado de Minas, de BH:

Bombeiro que matou colega de profissão premeditou o crime, diz polícia

Suspeito estava desaparecido desde o dia do homicídio e, na noite dessa terça-feira (9/5), foi preso depois de se entregar à polícia e confessar o crime
Luiz Ribeiro

Um crime premeditado, com execução da vítima, em que o autor também planejou a fuga. A motivação teria sido uma desavença entre assassino e vítima, o que ainda é objeto de investigação. Isso é que a Polícia Civil apurou até o momento sobre o caso do tenente do Corpo de Bombeiros Rafael Alves Veloso, de 42 anos, morto a tiros na última sexta-feira (5/5), em Montes Claros, no Norte de Minas, e que teve imensa repercussão.

O autor confesso do crime é o sargento da mesma corporação Anderson Pinheiro Neves, de 39, colega de trabalho da vítima.

Anderson estava foragido e sendo procurado desde o dia do homicídio. Na noite dessa terça-feira (9/5), ele foi preso provisoriamente, depois de se entregar à polícia.

O sargento foi detido em uma casa do Bairro Jaraguá 2, na região Norte de Montes Claros, após comunicação dos seus advogados à equipe policial, para quem também foi entregue a arma usada no crime.


Logo após o homicídio, Anderson fugiu de moto para Salvador (BA), tendo retornado a Montes Claros em ônibus de carreira.

O tenente Rafael Veloso foi morto a tiros, na manhã da sexta-feira, quando saía de casa para o trabalho, no Bairro Ibituruna, área de classe média/alta da cidade. De acordo com o boletim de ocorrência, foram feitos 14 disparos com uma pistola 380 e quatro acertaram a vítima, que morreu no local.

´Desavença´ teria motivado crime

Em entrevista coletiva à imprensa, na manhã de hoje, o delegado de Homicídios de Montes Claros, Bruno Rezende Silveira, responsável pela investigação, disse que, ao ser interrogado logo depois da prisão, ainda na noite de terça-feira, o sargento Anderson Neves alegou que foi até a casa de Rafael Veloso para ´conversar" sobre questão relacionada a serviço, e que, houve uma desavença entre eles. Foi quando sacou a arma e matou a vítima.

A polícia, porém, não tem dúvidas de que o assassinato foi premeditado, assim como a fuga do atirador. "Para nós, está colocado que ele (o sargento), inicialmente, premeditou o crime e articulou ir até a residência da vítima na tentativa de cometer o homicídio", assegurou Bruno Rezende.

O delegado também falou em execução. "Informações preliminares dão conta de que havia desavenças entre ambos (autor e vítima), supostamente ligada a questões funcionais, não relata à instituição (Corpo de Bombeiros). Isso teria sido suficiente para alterar o ânimo do autor, que teria providenciado o para executar a vítima", disse.

Os fatos de que foram feitos 14 disparos revelam que o autor "agiu com raiva". Informalmente, policiais reconhecem, que os autores cometem homicidios nessas circunstâncias quando diante de um motivo mais grave.

Questionado, o delegado Bruno Rezende, disse que até agora, não foi apurado nenhum "elemento mais forte" para a motivação do assassinato do tenente do Corpo de Bombeiros, a não ser "desavenças" entre autor e vitima por "questões funcionais".

Quebra de sigilo telefônico

O delegado afirmou que a Policia Civil vai aprofundar as investigações do inquérito, que deverá ser concluído em 30 dias, o prazo inicial (que pode ser prorrogado) da prisão temporária do sargento do Corpo de Bombeitos autor confesso da morte do tenente da corporação. Ele está recolhido no 10º Batalhão da Policia Militar de Montes Claros.

Bruno Rezende informou que foi solicitada à Justiça a quebra do sigilo telefônico autor confesso do homicídio, que entregou seu celular voluntariamente para averiguação. O aparelho celular da vítima também está sendo analisado.

Por sua vez, o chefe do 4º Comando Regional dos Bombeiros de Montes Claros, coronel Júlio César Tóffoli, disse que na corporação não havia registro de divergências entre o sargento Anderson e o tenente Rafael Veloso. "Não há nenhum tipo de problema anterior registrado na nossa Corporação. Então, com a prisão do autor, a gente entende que a investigação vai avançar e vamos ter maiores informações em relação à motivação", assegurou.

Ele informou que até o dia homicídio, o sargento estava trabalhando normalmente, sem alegar nenhum problema de saúde ou restrição médica.

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